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quinta-feira, 31 de março de 2011

DICAS PARA ELABORAÇÃO DE CADERNETA DE CAMPO

A caderneta de campo é uma ferramenta essencial às interpretações realizadas em etapas 'sin-' e 'pós-campo'. Ao se preparar uma caderneta, deve-se sempre ter em mente que ela é feita para auxiliar não só você, que a elaborou, mas também outros pesquisadores. Sendo assim, a caderneta deve ser escrita com letra legível e de modo bastante claro.

Algumas observações são importantes e devem ser lembradas durante a elaboração de uma caderneta de campo:

I. Preparando a caderneta para o campo

a. Para escrever na caderneta, dê preferência a lápis grafite ou caneta com tinta resistente à água
b. Antes de tudo, escreva seu nome, endereço, nome do projeto, ano e número da caderneta (caso o projeto necessite) na capa
c. Numere as páginas de forma sequencial
d. Reserve as primeiras folhas para elaboração de um índice, que fará menção do conteúdo às datas e ao número das páginas
e. Coloque como anexo, nas últimas folhas, fotocópias de tabelas, gráficos, figuras e outras informações que lhes serão úteis em campo. Algumas cadernetas geológicas já possuem esse anexos. Entretanto, não se acanhe em acrescentar informações extras que considere importantes. Em geral, tais informações dependerão dos objetivos do projeto: mapeamento geológico de terrenos cristalinos, mapeamento geológico de terrenos sedimentares, prospecção mineral, metalogenia, etc.

II. Em campo

a. Comece as anotações de cada dia em uma nova página, anotando sempre: data e dia da semana, as condições do tempo (se estas forem excepcionais, tais como nevasca, chuva intensa, nevoeiro, etc.), o planejamento do dia (perfil a ser levantado ou follow-up de anomalias), a hora e quilometragem da saída (carro), o veículo usado (terrestre, aquático ou aéreo), as condições de acesso e a equipe participante, inclusive o nome dos auxiliares locais. Destes últimos, é sempre bom ter o contato (endereço e fone) anotado ao final da caderneta. Eles podem ser muito úteis para trabalhos futuros

b. Estabeleça previamente um esquema de numeração dos afloramentos, o qual possa ser continuado em etapas posteriores de campo. Dica: utilize iniciais (do projeto e de seu nome) mais o número sequencial, como por exemplo: FN-JS-001 (afloramento 001 do geólogo João da Silva do Projeto Ferro Nordeste)

c. O uso de abreviações para descrever termos geológicos (rochas, minerais, estruturas, etc.) é interessante e útil. No entanto, sempre que as fizer, procure seguir um padrão de abreviações amplamente aceito. E, mesmo assim, liste ao final da caderneta as abreviações que foram utilizadas com suas palavras correspondentes

III. Descrevendo o afloramento

a. Comece com a identificação e localização, onde serão anotados:

i. Coordenadas e datum (caso utilize coordenadas UTM, não se esquecer de colocar a zona e hemisfério);
ii. Altitude do ponto;
iii. Localização detalhada: estrada, km, fazenda, rio, etc.;
iv. Tipo do afloramento: corte de estrada, lajedo, escarpa, leito de rio, sangradouro de açude, etc. Mencione as dimensões aproximadas do afloramento;

b. Aspectos fisiográficos: descreva de forma sucinta o tipo de relevo, de vegetação e de solo

c. Geologia: descreva, inicialmente, o afloramento à distância e depois em detalhe

i. À distância: descreva as principais estruturas (acamamento, falhas, juntas, contatos, presença de veios e/ou diques, etc.) e os litotipos presentes. Neste ponto, cabe muito bem a confecção de um desenho esquemático com indicação e descrição das feições mais importantes do afloramento;
ii. Em detalhe, descreva todos os litotipos presentes quanto a: mineralogia, textura, fábrica, grau de intemperismo (fraco, médio ou alto), estruturas planares e lineares;
iii. Caso o afloramento contenha ocorrência mineral, é essencial citar: o mineral ou rocha de interesse, teor desse mineral em relação à zona mineralizada (e quando possível, estimar o teor do elemento de interesse, por exemplo, BIF com 50% de Fe), dimensões da zona mineralizada (comprimento x largura x espessura, sempre nesta ordem), tipo de encaixante, tipo de alteração na encaixante (sulfetação, sericitização, biotitização, epidotização, cloritização, carbonatação etc.), as dimensões da zona de alteração, medidas estruturais (foliação, lineação, fraturas, etc.) da encaixante e da zona mineralizada, extensão da zona de afloramento ou da zona de blocos mineralizados e tamanho dos blocos. Por fim, estime o potencial do corpo mineralizado: comprimento (m) x largura (m) x espessura (m) x teor (%) = tonelagem do depósito;
iv. Medidas que podem ser levantadas: foliações (S0, S1, S2,..., Sn), lineações (eixo de dobra, estiramento mineral, fluxo magmático, orientação de minerais em veios, etc.), fraturas (falhas e juntas), atitudes de veios e diques. Tentar definir a orientação dos eixos de tensão de cada evento deformacional (elipsóide de tensão);

d. Amostragem: anote o tipo (grab, chip, canal, etc.), a quantidade coletada, de que parte da(s) rocha(s) foi coletada, a finalidade (química, geocronologia, micropetrografia, etc.) e o nome (idêntico ao que foi escrito na etiqueta) da amostra. De preferência, faça amostragem orientada

e. Ilustrações: desenhe apenas as feições principais, tais como contatos, estruturas notáveis e litótipos. Oriente e coloque escalas gráficas (vertical e horizontal). Quando houver mineralizações no alforamento, indique na ilustração

f. Fotos: fotografe o afloramento como um todo e, depois, em detalhe. Utilize a função 'macro' para close-up (como por exemplo o de ocorrências minerais). Use escala adequada: cartão, caneta ou moeda para pequenas feições; martelo para feições de tamanho médio; e, pessoas ou automóveis para feições de grande porte. Procure sempre, orientar suas fotos, com indicação do norte. Anote o tema fotografado, com o número da foto, no afloramento correspondente na caderneta.

Essas são apenas sugestões que podem ser adaptadas de acordo com a necessidade de cada projeto.

Bom campo!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Terremoto altera eixo da Terra

A posição do eixo de rotação da Terra foi alterada em cerca de dez centímetros pelo terremoto de sexta-feira (11/03/2011) no Japão, segundo um estudo preliminar do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, em Roma (Itália). A mudança pode interferir na duração dos dias na Terra.

O terremoto de fevereiro do ano passado no Chile, por exemplo, alterou o eixo de rotação do planeta em oito centímetros e diminuiu a duração do dia em 1,26 microssegundos, segundo cálculos da Nasa. Um microssegundo equivale a milionésima parte de um segundo, período irrisório para o cotidiano das pessoas, mas com um impacto significativo em operações de altíssima precisão. O pesquisador Richard Gross, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da Nasa, afirma que um erro de microssegundos nos computadores terrestres pode se transformar em um erro de quilômetros nas instruções enviadas aos robôs da Nasa em Marte, por exemplo.

A cientista Margaret Glasscoe, também do JPL, explica que as alterações no eixo da Terra ocorrem porque os terremotos rearranjam uma imensa quantidade de rochas na crosta, alterando a distribuição da massa no planeta e, consequentemente, a velocidade de rotação no planeta. "Imagine uma patinadora no gelo: quando ela roda sobre um mesmo eixo, a velocidade aumenta se ela aproxima os braços do tórax", exemplifica Margaret. "A patinadora controla a velocidade controlando a distribuição da sua massa no espaço". Quanto mais próximo aos polos, maior o impacto dos tremores no eixo de rotação da Terra. Por isso, o terremoto de Sumatra, em 2004, próximo ao Equador, causou uma mudança menor que o tremor chileno - cerca de 7 centímetros - apesar de possuir uma intensidade maior.

Para o geofísico do Instituto de Astronomia, Geofisica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), Marlon Pirchiner, esse número seria um exagero. "Não creio que chegue a tanto", opina. Pirchiner explica ainda que essa possível alteração não teria impactos na vida cotidiana. "São somente mudanças que são quantificadas. Imagine uma pessoa girando numa cadeira giratória. Hora de braços abertos, hora de braços fechados. Se você encolher os braços, a rotação será maior, devido à distribuição de massa do corpo", exemplifica.

O estudioso esclarece ainda que esses tremores afetam de maneira "imperceptível" a rotação do planeta. "Questão de milionésimos de segundos. Nada de anormal".

Fonte: GeofisicaBrasil - O Estado de São Paulo

quinta-feira, 10 de março de 2011

Os dinossauros sucumbiram às mudanças climáticas?

Uma radical mudança climática há 70 milhões de anos pode ajudar a explicar as transformações vividas com o fim do período Cretáceo e o desaparecimento dos grandes dinossauros, segundo parecem indicar fósseis encontrados na Amazônia peruana. "Com esta descoberta mostramos o que os cientistas vinham propondo há tempos: não foi o meteorito de Iucatã que extinguiu as espécies, mas a extinção tinha começado antes", explicou à Agência Efe Klaus Hönninger, diretor do Museu Paleontológico Meyer-Hönninger, que fica em Chiclayo (norte do Peru).

Hönninger se refere aos fósseis encontrados em camadas de vários rios da Amazônia peruana, local que nos últimos tempos revela segredos animais, botânicos, arqueológicos e, agora, paleontológicos. Por precaução, o cientista se nega a revelar a localização exata das camadas estudadas e se limita a indicar que ficam nas bacias dos rios Ucayali e Huallaga, pois quer evitar a aparição de oportunistas e depredadores. A teoria mais aceita para explicar a grande extinção que houve no período Cretáceo até o momento era a proposta pelo prêmio Nobel Luis Álvarez, que defendia que o impacto de um meteorito em Iucatã (México) há 65 milhões de anos provocou a extinção de boa parte da fauna e da flora do planeta, o que levou à passagem da era dos grandes dinossauros à dos mamíferos.

Segundo assinalou Hönninger, porém, esta teoria tem um ponto falho: como explicar que perante uma catástrofe desta dimensão algumas espécies sobreviveram enquanto outras foram extintas? Movidos por essa inquietação, os cientistas do museu Meyer-Hönninger começaram a percorrer desde novembro as bacias de vários rios da Amazônia peruana em busca de camadas pertencentes àquela remota era geológica. Para Hönninger, os fósseis encontrados obrigam os cientistas a reestruturar a teoria de Álvarez: há 70 milhões de anos os pequenos organismos "foraminídeos", primeiro elo da cadeia alimentar de então, começaram a sofrer uma diminuição de tamanho. "O que significa que foram ficando cada vez mais microscópicos e os animais que se alimentavam deles passaram a ter cada vez mais problemas para se alimentar, e toda a cadeia se deteriorou", explicou o cientista peruano.

Com essa descoberta, se pode demonstrar que no fim do período Cretáceo o planeta viveu uma rigorosa mudança climática que antes do impacto do meteorito já teria propiciado o começo da extinção de muitas espécies, explicando por que outras não desapareceram: simplesmente se adaptaram a esta mudança.

Com esta teoria, Hönninger não quer eliminar o meteorito da equação, mas sim diminuir sua importância no processo de extinção: "O meteorito de Iucatã seria a cereja do bolo". "O que descobrimos é um fato histórico que abrirá as portas para muitas pesquisas. Haverá uma revolução em nível mundial, porque muita gente estava esperando um resultado como este", acrescentou.

Para começar, é esperada para agosto a chegada ao Peru de especialistas de universidades de Áustria, Alemanha, França e Estados Unidos, que se somarão aos cientistas locais para continuar estudando as camadas da floresta peruana.

Uma floresta que demonstrou ser um lugar privilegiado para a geologia, graças, segundo explicou Hönninger, aos poucos "distúrbios geológicos" que sua terra sofreu, o que permite ter à disposição dos cientistas uma narração transparente da história do planeta Terra.

Outro ponto que corrobora a tese de Hönninger é que o mesmo processo de diminuição de tamanho que os "foraminídeos" sofreram há 70 milhões de anos se registra atualmente no plâncton em consequência da atual mudança climática. Nós, seres humanos, seremos capazes de nos adaptar ou desapareceremos como os dinossauros?


Fonte: GeofísicaBrasil
 

sexta-feira, 4 de março de 2011

Prospecção confirma depósitos de ferro no MT

O presidente da empresa IMS Engenharia Mineral, de Belo Horizonte, Juvenil Tibúrcio Félix, anunciou que as prospecções realizadas pela empresa no noroeste de Mato Grosso relevaram potenciais de depósitos de ferro da ordem de 5 bilhões de toneladas.

A estimativa é depósitos de 2 bilhões de toneladas em Juína e de 3 bilhões de toneladas em Juara, municípios localizados a cerca de 700 km de Cuiabá (MT). A informação foi dada durante seminário sobre mineração realizado em Cuiabá na semana passada. Segundo o executivo, as primeiras análises revelam teores entre 35% a 57% de ferro, com a vantagem de não apresentar outros minerais contaminantes, que poderiam dificultar a extração da matéria-prima. Félix  afirmou que, por meio da empresa mato-grossense Geominas, a IMS vem atuando na prospecção em Mato Grosso há quatro anos. A próxima etapa, diz o empresário, será dimensionar as reservas e realizar o estudo de viabilidade econômica de exploração da jazida. Félix reconhece que o principal entrave para a exploração das possíveis reservas do noroeste de Mato Grosso é a deficiência logística. Para atrair investidores e viabilizar o projeto, ele aposta na construção da Ferrovia Centro-Leste, que ligará Uruaçu (GO) a Vilhena (RO), que passará pelo noroeste de Mato Grosso. Félix calcula que a construção da ferrovia levará em torno de sete anos, entre liberação dos recursos, realização e aprovação do relatório de impacto ambiental e, finalmente, construção.

A GME4, do Grupo Oportunity, do empresário Daniel Dantas, detém a concessão para prospecção e preferência para exploração da área onde foram encontrados depósitos de fosfato e ferro em Mirassol D'Oeste. Técnicos da empresa que participaram do seminário sobre mineração irão na próxima semana para Mirassol, onde iniciarão os estudos sobre a viabilidade de exploração dos minerais.

Fonte do setor mineral explicou que o grande problema dos depósitos de Mirassol D'Oeste é o alto percentual de fósforo (8,5%) presente nas amostras, que revelaram no máximo 41% de ferro. Segundo a fonte, apenas as mineradoras chinesas detêm tecnologia para explorar este tipo formação geológica.

O projeto também esbarra em uma questão logística, pois seria necessário construir um ramal ferroviário para ligar a região até a malha da América Latina Logística (ALL), cujos terminais estão no sudeste do estado.

Fonte: GeofisicaBrasil

terça-feira, 1 de março de 2011

Avanço do mar não é apenas por intervenção humana

As alterações observadas no litoral do Ceará, principalmente o avanço do mar, são frequentemente interpretadas pelo senso comum como uma consequência direta do aquecimento global e das intervenções humanas. Para muitas pessoas, ambos os fatores estariam aumentando o volume do mar ou desviando a força das ondas, causando a destruição das praias. À luz da ciência, no entanto, a explicação não é tão simples quanto parece.

Segundo Alexandre Medeiros, geólogo do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), instituição vinculada à Universidade Federal do Ceará (UFC) e autor do estudo “Controle tectônico na morfodinâmica costeira de Icapuí”, o litoral do município, uma das áreas onde tem sido observado um preocupante avanço do mar sobre casas e barracas de praia, a explicação para o fenômeno vai muito além do aquecimento global ou da ocupação da faixa litorânea por grandes obras. Na verdade, o que acontece por lá é uma conjunção de fatores relacionados com aspectos geológicos, a dinâmica dos ventos e a própria estruturação da bacia sedimentar que existe na região.

Apesar do território brasileiro ser localizado sobre uma base de terrenos muito antigos e relativamente estáveis, ainda há movimentação de placas tectônicas (porções formadoras da crosta terrestre) no processo de afastamento entre os continentes americanos e africanos. As conseqüências vão dos pequenos tremores em Sobral e na serra da Meruoca às mudanças estruturais pouco perceptíveis que ocorrem no litoral, principalmente em regiões de bacias sedimentares, a exemplo de Icapuí.

No litoral que compreende as praias do entorno do município – entre elas algumas bem famosas como Ponta Grossa e Vila Nova, existem evidências de movimentação neotectônica demonstrando um possível arqueamento de blocos de rocha limitados por falhas geológicas das bordas da Bacia Potiguar. Alexandre Medeiros defende que a movimentação ou a acomodação das placas tectônicas tem exercido influência sobre a formação e evolução, por exemplo, dos cordões litorâneos em Icapuí. Isso tem se processado a partir de alterações na profundidade marinha próximo ao litoral.

Imagens do fundo marinho mostram o desenvolvimento de batentes com desníveis de alguns metros que registram movimentações relativamente recentes, e que controlam a dispersão de sedimentos no fundo marinho em frente a Icapuí. O desenvolvimento e evolução desses cordões litorâneos também alteram a dinâmica costeira nas suas proximidades retendo sedimentos por um período e liberando-os em outro, o que poderia implicar respectivamente em erosão e engorda das praias.

A dinâmica costeira envolve ainda a retirada e/ou deposição de sedimentos que pode estar relacionada a causas como a maior ou menor disponibilidade de sedimentos fornecidos pelos rios próximos, além da ação dos ventos, que também são importantes para a variação de sedimentos na costa cearense.

Alexandre explica ainda que, de dezembro até agora, por exemplo, o litoral cearense tem sofrido a influência do swell, fenômeno que consiste em ondas formadas a grandes distâncias e caracterizadas pelo seu maior comprimento e período. Essas ondas, ao se aproximarem do litoral, aumentam em altura, e quando se somam às marés de sizígia (que ocorrem nas luas nova e cheia) formam as famosas ressacas, que aumentam consideravelmente a erosão do litoral. Com isso, elas não têm o amortecimento de energia e chegam com mais força. O swell tem relação tanto com as ressacas da avenida Beira-Mar, em Fortaleza, como a fúria das ondas em Icapuí.

Intervenção humana deve respeitar a dinâmica do litoral
O pesquisador ressalta que, no estudo da dinâmica costeira, os fatores que a alteram não são excludentes, ou seja, intervenções feitas pelo homem também têm relação com as mudanças. A construção do Porto do Mucuripe, por exemplo, que barrou a passagem de sedimentos em direção ao litoral oeste da Região Metropolitana de Fortaleza, é uma das causas para o avanço do mar nas praias de Iparana, Pacheco e Icaraí. Por causa disso, Alexandre ressalta que é importante, no processo de ocupação do litoral do estado, se preocupar com a dinâmica do mar. Ele lembra que, independentemente da causa, seja ela alteração geológica, mudança de ventos ou conseqüência de intervenções humanas, o fato é que o mar e as faixas de areia estão em constante movimento. “Se durante alguns períodos há depósito de sedimentos, formação de uma faixa de praia mais extensa e as pessoas ocupam, em um período de 10 a 15 anos o mar pode voltar a tomar o seu lugar e destruir essas construções”, explica.

Para evitar os transtornos periódicos registrados no litoral do estado, com perdas materiais causadas pela erosão, Alexandre afirma que o ideal seria estabelecer uma faixa de segurança para ocupação, respeitando os fenômenos associados à dinâmica do mar. “Essa faixa teria de ser, no mínimo, de 100 metros a contar da linha da maré mais alta”, conclui.

Fonte: GeofisicaBrasil