O QUE É UM TSUNAMI?
O termo "tsunami" provém do japonês, significa "porto" (tsu, 津) e "onda" (nami, 波).
É possível definir um tsunami de maneira simples: um terremoto entre as placas tectônicas, sobre as quais está o oceano, provoca uma agitação imensa das águas, resultando em ondas que chegam de maneira violenta e desordenada ao litoral. Mas além dos terremotos, outros distúrbios, acima ou abaixo da água, têm o potencial para gerar um tsunami, como erupções vulcânicas, deslizamentos de terra e outros movimentos de massa, e impactos bólidos.
O historiador grego Tucídides foi o primeiro a relacionar tsunami a terremotos submarinos, mas a compreensão da natureza do tsunami permaneceu escassa até o século XX e ainda é objeto de pesquisa. Muitos textos antigos geológicos, geográficos e oceanográficos referem-se a tsunamis como "ondas sísmicas do mar".
CAUSAS
Um tsunami pode ser gerado quando os limites de placas tectônicas convergentes ou destrutivas movem-se abruptamente e deslocam verticalmente a água sobrejacente. É muito improvável que esses movimentos podem formar-se em limites divergentes (construtivo) ou conservativos das placas tectônicas. Isso ocorre porque os limites construtivos ou conservadores em geral não perturbam o deslocamento vertical da coluna de água. Terremotos relacionados a zona de subducção geram a maioria dos tsunamis.
Tsunamis têm uma pequena amplitude (altura da onda) em alto mar e um comprimento de onda muito longo (muitas vezes centenas de quilômetros de comprimento), sendo por isso que geralmente passam despercebidos no mar, formando apenas uma ligeira ondulação de normalmente cerca de 300 mm (12 pol) acima do normal. Eles crescem em altura quando atingem águas mais rasas, em um processo de empolamento da onda descrito abaixo. Um tsunami pode ocorrer em qualquer estado de maré, e até mesmo na maré baixa pode inundar áreas costeiras.
Um terremoto pode gerar um tsunami se o tremor:
- Ocorrer logo abaixo de um corpo de água,
- For de magnitude moderada ou alta, e
- Deslocar um volume bastante grande de água.
CARACTERÍSTICAS
Enquanto ondas de vento diárias tem um comprimento de onda (de crista a crista) de cerca de 100 m e uma altura de aproximadamente 2 m, um tsunami no oceano profundo tem um comprimento de onda de cerca de 200 km. Essa onda viaja mais de 800 km/h, mas devido ao enorme comprimento de onda a oscilação da onda em qualquer ponto tem 20 ou 30 minutos para completar um ciclo e tem uma amplitude de apenas 1 m. Isso torna difícil detectar tsunamis sobre águas profundas. Navios raramente notam a sua passagem.
À medida que o tsunami se aproxima da costa e as águas se tornam rasas, o empolamento da onda comprime a onda e sua velocidade diminui abaixo de 80 km/h. Seu comprimento de onda diminui para menos de 20 km e sua amplitude cresce enormemente, produzindo uma onda claramente visível. Desde que a onda ainda tenha esse longo comprimento de onda, o tsunami pode levar alguns minutos para chegar a altura máxima. Exceto para os tsunamis muito maiores, a onda ao se aproximar não quebra, mas aparece como um movimento rápido macaréu. Baías abertas e zonas costeiras adjacentes às águas muito profundas podem moldar o tsunami de forma a deixá-lo ainda mais alto.
AMEAÇAS FUTURAS
Wilson Teixeira, professor do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), explicou que as chances de um tsunami no Brasil são praticamente inexistentes. "O país fica no interior de uma placa tectônica bem antiga. Todos os registros de tremor ou movimento das bordas das placas que chegam ao nosso continente são muito fracos, o que elimina o risco. E, além disso, o oceano Atlântico não tem registros de terremotos da mesma magnitude que o Índico", afirma o geólogo, que foi o responsável pela criação de um ambiente simulador de tsunami no museu Estação Ciência de São Paulo.
Além disso, o professor explica que as placas que recobrem o planeta se movem em velocidades diferentes, e aquela sobre a qual o Brasil está se move com uma velocidade muito menor do que as da Ásia e da Oceania. "Por ano, as placas do oceano Atlântico sofrem uma separação de 2 cm, enquanto naquelas regiões são 8 cm. Por isso, não há chance de eventos agressivos aqui”, diz.Na época da tragédia na Ásia, em 2004, especulou-se que o oceano Atlântico também tenha sofrido reflexos da movimentação das águas no Índico. “Houve muita discussão a esse respeito, porque alguns dias depois foi medida uma movimentação estranha de ondas do nosso litoral. No entanto, jamais se chegou a uma conclusão se isso seria uma resposta muito distante do que aconteceu lá ou somente picos anômalos de maré no Atlântico”, explica o professor.
Outra especulação é se um evento vulcânico nas Ilhas Canárias espanholas poderia causar um tsunami. “É uma hipótese meramente teórica que não se confirma”, declara o especialista.
Fonte: Pesquisa
Nenhum comentário:
Postar um comentário