Siga-nos também no Twitter: @GeologiaemFoco















quinta-feira, 14 de julho de 2011

Brasil é apontado como dono da maior reserva de terras-raras


Os chamados elementos de terras-raras estão presentes nos mais diversos aparelhos, dos iPhones aos motores a jato, e são cada vez mais demandados. Um relatório da Agência de Mapeamento Geológico dos Estados Unidos revelou que o Brasil concentra as maiores reservas desses materiais, dispersos por toda a crosta terrestre. Riqueza que, se bem explorada, pode colocar o país, de vez, na cadeia de produção tecnológica.


“Elas permitem, basicamente, a confecção de ímãs muito fortes, usados na memória dos aparelhos. Como elas têm essa alta capacidade, muito maior do que em outros metais, possibilitam que os dispositivos fiquem cada vez menores, cumprindo a mesma função”, explica o professor Gerson Mól, do Instituto de Química da Universidade de Brasília (UnB). “Há 100 anos, esses elementos sequer eram demandados, mas fomos, aos poucos, criando essa necessidade”, completa o especialista. Para se ter uma ideia do tamanho da procura, o quilo do neodímio metálico (uma das terras-raras) custava US$ 50 em janeiro e, hoje, não sai por menos de US$ 250.


Atualmente, o maior produtor de terras-raras é a China, que alimenta, sozinha, 97% do mercado. O sucesso dos orientais nesse setor pode ser explicado pelo perfil produtivo do país. “Na China, não há muita preocupação com leis trabalhistas ou ambientais. Além disso, ocorre muita extração pirata”, comenta o professor Gerson Mól. No Brasil, a maior reserva dessas substâncias está na região de Seis Lagos, no noroeste do Amazonas. Minas Gerais e Goiás também concentram abundância desses materiais. Segundo o relatório do serviço geológico norte-americano, o país detém 2% das reservas mundiais de terras-raras.


Fernando Landgraf, presidente do IPT, explica que a exploração do recurso não implica, necessariamente, a abertura de um novo espaço de mineração. “A Vale do Rio Doce, por exemplo, tem uma mina de fosfato em Catalão (GO), onde também há terras-raras. É uma questão de melhorar o aproveitamento de uma área já minerada”, diz o pesquisador. Isso, no entanto, não é suficiente. Para Landgraf, o Brasil também precisa se esforçar para fazer diferença nessa indústria. “A melhor alternativa é que o país entre na cadeia produtiva oferecendo produtos, não apenas o minério. Quanto mais longe formos, mais estaremos agregando valor ao material”, ressalta o especialista.


Por: Carolina Vicentin
Fonte: Correio Braziliense

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Mapa dos Setores Censitários - IBGE 2010

Está disponível no IBGE o mapa dos setores censitários do Censo 2010, agora com a unificação de todos os setores urbanos e rurais em um único shapefile, e no novo sistema de referência de coordenadas SIRGAS2000.

Os dados parciais (ainda estão incompletos) do Censo 2010 podem ser conferidos no hotsite do portal de mapas que o IBGE criou para divulgação do mesmo: Sinopse por Setores onde é possível gerar cartogramas com os dados que já estão disponíveis por municípios ou por setores censitários.

Já se encontra disponível para baixar também os dados estatísticos da coleta do Censo 2010 que estão parcialmente prontos, agregados por setores. Deve-se atentar que os Setores Censitários do Censo 2010 estão diferente daqueles do Censo 2000 que em alguns casos podem ter sido subdivididos em novos setores, então cuidado ao fazer análises comparativas.

Para baixar os Setores Censitários 2010 use o FireFTP no Firefox ou outro gerenciador de FTP e acesse: 
geoftp.ibge.gov.br/mapas/malhas_digitais/Censo_2010

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Bacias sedimentares: A memória do planeta

A superfície da Terra está em constante transformação. O nível dos oceanos varia, as placas tectônicas movem-se, afastando ou aproximando continentes, cadeias de montanhas elevam-se e são erodidas, áreas ocupadas por mares passam a abrigar rios e posteriormente calotas de gelo e novamente mares e depois desertos. No curto período de uma vida humana, ou mesmo da história registrada, poucas são as transformações que podem ser notadas, pois os processos responsáveis pelas grandes mudanças do planeta são muito lentos e ocorrem em uma escala de tempo diferente da vida cotidiana. Mesmo processos que ocorrem a taxas de menos de um milímetro por ano podem ter efeitos de grande escala se persistirem por alguns milhões de anos, o que é pouco tempo para um planeta de 4,6 bilhões de anos. Assim dizemos que a história do planeta é medida pelo Tempo Geológico.

As transformações lentas ficam registradas nas características das rochas que encontramos na crosta terrestre. Por exemplo, antigas cadeias de montanhas, já desaparecidas pela erosão causada pelas chuvas, rios, ventos e geleiras, deixam seu registro em rochas metamórficas que se formaram abaixo das grandes massas elevadas, e antigos vulcões, extintos a centenas de milhões de anos e já sem expressão topográfica, podem ser revelados pelos produtos que expeliram: as rochas vulcânicas formadas pelo resfriamento das lavas. Mas há certas áreas da superfície da Terra que tornam-se nossa maior fonte de informação sobre as diversas paisagens que existiram na superfície do planeta: as bacias sedimentares.

Bacias sedimentares são regiões que, durante um determinado período, sofrem lento abatimento (ou subsidência), gerando uma depressão que é preenchida por sedimentos. Esses sedimentos podem ser formados por materiais de três tipos principais: fragmentos originados pela erosão das áreas elevadas e transportados para a bacia por rios, geleiras ou ventos; materiais precipitados em corpos d'água dentro da bacia, anteriormente transportados como íons em solução; e estruturas que fizeram parte de corpos de animais ou plantas, como fragmentos de cochas, ossos, ou recifes de corais inteiros.

Como as bacias afundam lentamente, sedimentos mais novos são depositados sobre os mais antigos, que ficam preservados da erosão que predomina na superfície do planeta. O resultado é uma pilha de rochas (formadas pelas transformações que ocorrem aos sedimentos depois de soterrados) de diferentes idades, que revelam a história da região em cada etapa do tempo em que houve subsidência e acumulação de sedimentos. Como as camadas mais profundas depositam-se primeiro, pode-se estabelecer a cronologia dos eventos. É desta forma que podemos traçar a evolução das espécies de animais e plantas ao longo do tempo e saber, por exemplo, quais dinossauros existiram simultaneamente em uma região: através do conhecimento das relações entre as camadas que contém os fósseis que essas formas de vida deixaram.

O estudo das sucessões de camadas formadas em bacias sedimentares é denominado Estratigrafia (estudo dos estratos), e a Paleontologia (estudo dos fósseis) não poderia avançar sem ela. Mas não só apenas os fósseis fornecem informações sobre o passado do planeta, as próprias rochas sedimentares guardam vestígios que podem ser interpretados pelos geólogos para a reconstituição das características de uma dada região em épocas passadas. Os elementos que transportam ou acumulam sedimentos dentro de uma bacia, como rios, campos de dunas formadas pelo vento, lagos, praias, áreas de mar profundo etc., dão origem a tipos de depósitos sedimentares diferentes, que podem ser reconhecidos por geólogos especializados.

É dessa forma que sabemos que, no tempo dos dinossauros, a maior parte das regiões Sudeste e Sul do Brasil foram um grande deserto, com dunas semelhantes às que hoje ocorrem no Sahara. Dezenas de milhões de anos antes disso, a mesma região era coberta por mares rasos que vieram depois de grandes geleiras de uma época em que a América do Sul e a África eram unidas e próximas ao Pólo Sul. As evidências desse passado fascinante estão nos afloramentos de rochas, nas beiras das estradas, pedreiras e escarpas de serras, para quem quiser ver e puder entender.

Por: Prof. Renato Paes de Almeida


Fonte: IGC-USP

segunda-feira, 13 de junho de 2011

OURO IMPULSIONA INVESIMENTOS NO RIO GRANDE DO NORTE

Com a reativação da Mina  São Francisco, a 26 km de Currais Novos, a produção de ouro no Rio Grande do Norte saltará de 47,65 gramas, valor registrado pelo Departamento Nacional de Pesquisa Mineral em 2009, para 3 toneladas a partir de 2013, quando a mina começa a operar. O volume será 62.000 vezes maior que o atual e poderá crescer ainda mais, considerando a entrada em operação de outros projetos. 

Um desses projetos  é o da Mina Bomfim, em Lajes, que entrará em operação nos próximos quatro meses, produzindo scheelita e ouro. De acordo com o engenheiro de minas Pedro Paulo Batista, diretor da mina, não é possível precisar a quantidade de ouro produzida, uma vez que o foco da empresa é a produção de scheelita. O volume, no entanto, ajudará a incrementar a produção do estado que hoje parece  microscópica em comparação com a produção nacional.

Em 2009, de quando datam os estudos mais recentes sobre o setor, o Brasil atingiu 56,4 toneladas. No RN, a cifra ainda está na casa dos gramas. Apesar disso, a perspectiva de crescimento da produção potiguar  já movimenta a economia local. 

Investimento
Só o grupo australiano Crusader, que comprou a Mina São Francisco, deverá investir R$100 milhões no RN. Em nove meses, o grupo já investiu R$4 milhões. Atualmente, a empresa trabalha no plano de engenharia da mina, que dirá como explorar o ouro e por onde começar. O objetivo é produzir 3 toneladas de ouro por ano. Os investidores identificaram uma reserva de 24 toneladas na área, com base nos estudos realizados até o momento. A jazida será explorada durante dez anos. Novas pesquisas identificaram uma possível nova jazida,  indicando que pode existir ouro numa área ainda não pesquisada pelo grupo. O ouro será vendido para os bancos.

O grupo Crusader tem outras áreas de interesse dentro do RN. "Nos últimos quatro meses, requerimos ao Departamento Nacional de Pesquisa Mineral entre 40 e 50 novas áreas no Rio Grande do Norte, somando 100 mil hectares. Não temos resultados ainda, mas temos boas perspectivas", afirma Robert Smakman, diretor do grupo no Brasil. O interesse, segundo ele, é um só: explorar ouro. Para Robert, a atividade ganhará novo impulso. "E nós queremos ser os primeiros da fila", diz. 

A empresa goiana Mineração Nosso Senhor do Bomfim, que comprou a mina Bomfim, em Lajes, também está procurando novas oportunidades no RN. Até o momento, a empresa já investiu US$20 milhões no estado.

A Hyundai Corporation, companhia coreana que atua em diversos setores econômicos é outra que está atenta a oportunidades. A empresa anunciou, em maio, que estava interessada em requerer áreas e explorar ouro, entre outros minerais, no RN.  Em Currais Novos, grupos de investidores italianos e indianos se instalaram recentemente. Segundo José Ferreira de Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico e de Turismo do município, eles estariam interessados em investir na Mineração. 

No RN, explora-se ouro desde a década de 20, mas de forma rudimentar. A chegada de grupos estrangeiros pode dinamizar o setor. Segundo Carlos Magno Cortez, superintendente do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral no estado, empresas brasileiras não têm o hábito de investir em atividades arriscadas como a Mineração. "No Brasil, as empresas só investem quando tem a certeza do retorno financeiro. E a Mineração é uma atividade arriscada. Você pode investir R$1 milhão em pesquisa e descobrir que não há ouro. Você pode passar a vida investindo numa área para só então descobrir que não havia reserva nenhuma", justifica. 

Um exemplo disso é a própria Mina São Francisco, vendida e abandonada várias vezes. A extração de ouro no local, ora realizada pelas minas ora realizada pelos garimpeiros, deixou uma marca profunda na propriedade: um vale de 25 metros de profundidade, 80 metros de extensão e 50 metros de largura. É lá que a empresa australiana construirá a nova mina.

Ocorrências são registradas em pelo menos 10 municípios
Segundo o geólogo Otacílio Oziel de Carvalho, professor do IFRN, o RN tem, pelo menos, 10 municípios com alguma ocorrência conhecida de ouro. "Entretanto, apenas Currais Novos e Lajes já produziram ouro em escala industrial", esclarece. Segundo dados do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral verificados no dia 09 de junho deste ano,   existem 2.605 processos ativos registrados no Rio Grande do Norte. Deste total, 302 são para pesquisa de minério de ouro e de ouro. A quantidade de processos ativos, segundo Otacílio Carvalho, comprova que o ouro é um dos bens minerais mais pesquisados no RN, junto com ferro e calcário. O preço da grama de ouro, por sua vez, justifica o interesse dos grupos nacionais e estrangeiros. No dia 06 de junho, o minério atingiu a cotação de US$ 1.552,60/onça troy (31,1g) ou R$ 79,08/grama. 

Mesmo com ocorrência conhecida em pelo menos 10 municípios potiguares, é em Currais Novos e Lajes que a atividade se desenvolveu. Em Lajes, a Mineração  Nosso Senhor do Bonfim já iniciou a produção de ouro associado a schelita, molibdênio e bismuto de forma experimental. Segundo o engenheiro de minas Pedro Paulo Batista, diretor da mina, ela deverá entrar em operação em quatro meses. Enquanto isso, o grupo Crusader avança com as pesquisas na Mina São Francisco. A expectativa é que a mina comece a operar no início de 2013, elevando a produção potiguar de gramas para toneladas.

Participação de garimpos encolhe
A exploração de ouro teve seu apogeu no período colonial, quando o Brasil se tornou o maior produtor de ouro do mundo. Logo em seguida, a atividade entrou em declínio, sendo retomada apenas na década de 70. Na época, os garimpos empregavam mais de um milhão de pessoas e respondiam por 80% da produção nacional. Hoje, a proporção se inverteu e os garimpos, que exploram o minério de forma artesanal, não respondem nem por 20% da produção nacional. 

Em 1988, a produção de ouro no Brasil atingiu o pico de 112,6 toneladas. Em seguida, a atividade entrou em declínio novamente, atingindo o menor patamar em 2003, quando o Brasil produziu 40,4 toneladas. Nos últimos 11 anos, a produção tem aumentado, mas de forma lenta. Em 2009, dado mais recente apresentado pelo DNPM, o País produziu 56,4 toneladas de ouro. A expectativa é que a produção chegue a 83,7 toneladas em 2030, segundo projeções do DNPM. Para atingir este patamar, será necessário investir cerca de US$ 2,1 bilhões na atividade. O número de empregos gerados deve subir de quase dez mil para 15 mil trabalhadores. 

Segundo a 30ª edição do Sumário Mineral, estudo mais recente disponibilizado pelo DNPM, as reservas lavráveis de ouro no Brasil estão concentradas nos estados de Minas Gerais (48,8%), Pará (36,9%), Goiás (6%), Mato Grosso (4,6%) e Bahia (3,7%). Juntos, os cinco estados respondem por 90% da produção nacional. No mundo, as reserva de ouro superam 90 mil toneladas. No Brasil, chegam a 1,95 mil toneladas, incluindo as reservas de ouro associado ao cobre. As reservas lavráveis de ouro no Brasil, segundo o DNPM, têm se mantido relativamente estáveis desde 2002, quando somavam 1,93 mil toneladas.

Fonte: Tribuna do Norte (por Andrielle Mendes)

domingo, 12 de junho de 2011

Petrobras anuncia descoberta de indícios de petróleo na Bacia Pará-Maranhão

A Petrobras comunicou oficialmente na ultima sexta-feira à Agência Nacional de Petróleo (ANP) que descobriu indícios de petróleo em uma das duas concessões em águas profundas que explora em associação com a chinesa Sinopec na Bacia Pará-Maranhão, informou a agência reguladora.

Os indícios foram descobertos em um poço perfurado em uma região do oceano Atlântico de 2,06 mil metros de profundidade e a cerca de 220 quilômetros de Viseu, município no litoral do estado do Pará, segundo a informação fornecida pela ANP.

Durante a visita da presidente Dilma Rousseff em abril à China, a Petrobras assinou um acordo pelo qual cedeu à Sinopec 20% de seus direitos nas concessões BM-PAMA-3 e BM-PAMA-8, ambas em águas profundas na bacia do Pará-Maranhão.

A segunda maior petrolífera chinesa já tinha entrado com força no Brasil em outubro do ano passado quando adquiriu por US$ 7,1 bilhões 40% da Repsol Brasil.

A Petrobras começou a perfurar o poço pioneiro da BM-PAMA-3 em janeiro passado e na quarta-feira comunicou à ANP a descoberta dos primeiros indícios.

A descoberta pode aumentar o interesse das multinacionais nos numerosas concessões na Bacia Pará-Maranhão que a ANP pretende licitar neste ano.

Além das duas concessões que explora nessa região em associação com a Sinopec, a Petrobras também é operadora em outras quatro concessões na mesma bacia, algumas em associação com a colombiana Ecopetrol e com mineradora Vale.



Fonte: Bol noticias