Professor da
Universidade da Califórnia analisou dois blocos do planeta.
Até agora,
pensava-se que só a Terra tinha essas estruturas geológicas.
Um cientista
da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos EUA, anunciou a
descoberta de placas tectônicas em Marte. Os resultados estampam a capa da
edição de agosto da revista "Lithosphere".
Por muitos
anos, pensava-se que essas estruturas geológicas localizadas logo abaixo da
superfície do planeta – cujos movimentos por aqui resultam em terremotos,
tsunamis e erupções vulcânicas – fossem exclusivas da Terra. Ao todo, nosso
globo tem sete placas principais e outras dezenas menores, comparadas a uma
"casca de ovo" rachada, que nos protege do magma contido no interior.
Segundo o
professor de ciências espaciais e da Terra Um Yin, único autor do estudo, o
planeta vermelho está em um estágio primitivo desse fenômeno, o que pode ajudar
a entender como ocorreu a formação desses blocos na nossa litosfera, composta
por duas camadas: a crosta terrestre e o manto superior.
Yin fez a
descoberta ao analisar cem imagens de satélite de uma nave da agência espacial
americana (Nasa) chamada Themis e também da câmera HiRISE, da sonda Mars
Reconnaissance Orbiter, que orbita Marte. Uma dúzia dessas fotos revelaram as
placas tectônicas.
O
pesquisador conduziu os trabalhos no Himalaia e no Tibete, onde duas das
maiores placas da Terra se encontram. De acordo com ele, muitas das
características das falhas dessas regiões, e também da Califórnia, se
assemelhavam às de Marte.
O professor
viu, por exemplo, deslizamentos de terra, um desfiladeiro e um penhasco –
comparável às falésias (escarpa íngreme à beira-mar, feita por erosão) do Vale
da Morte, na Califórnia – que só podem ter se formado por uma placa tectônica.
Vale da
Mariner
A superfície
marciana tem o sistema mais longo – com mais de 4 mil km, nove vezes maior que
o Grand Canyon, no Arizona – e profundo de cânions do Sistema Solar, conhecido
como Vale da Mariner, em homenagem à antiga sonda Mariner 9, que descobriu essa
região em 1971.
Yin diz que,
ao contrário de outros cientistas, que achavam que aquela era uma fenda pontual
que se abriu, ele acredita que esse seja o limite de duas placas, que se movem
horizontalmente por quase 150 km.
A Falha de
San Andreas, em São Francisco, na Califórnia, também está sobre a intersecção
de duas placas, e já se chocou pelo dobro dessa distância, mas a Terra é cerca
de duas vezes maior que Marte, então o fenômeno entre os dois planetas se torna
equivalente.
De acordo
com Yin, a falha está ativa, mas raramente "acorda", a cada um milhão
de anos ou mais. Ele crê que o planeta não tenha mais que essas duas placas.
Além disso,
Marte tem uma zona vulcânica linear, algo típico de onde existem esses blocos
sob a superfície. Isso não ocorre nos outros planetas do Sistema Solar, segundo
Yin.
O que o
pesquisador ainda quer investigar é o quão abaixo da crosta de Marte essas
placas estão localizadas e por que elas se movimentam em um ritmo tão lento,
mas de alta magnitude.
Placas tectônicas de Marte foram analisadas por imagens de satélite (Foto: Google Mars/Mola Science Team) |
Fonte: G1
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