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domingo, 12 de junho de 2011

Corrida acelerada pelo gás de Minas

A Petra Energia já começou a perfurar um poço a 16 quilômetros de Corinto, na Região Central de Minas, a 220 quilômetros de Belo Horizonte, em busca de jazida de gás natural na Bacia do Rio São Francisco. O anúncio foi feito ontem, um dia depois de a Cisco Oil & Gás, do Grupo UBX, informar que pediu licença para perfurar um poço de prospecção de gás em Morada Nova de Minas. A Petra investirá cerca de US$ 10 milhões e espera encontrar a jazida entre 2,5 mil metros e 3 mil metros abaixo do solo. O trabalho deve ser finalizado até o fim de julho, quando poderá ser apurado o tamanho da reserva e a viabilidade da exploração da matéria prima. Esse é o primeiro dos 10 poços que a empresa vai perfurar na Bacia do Velho Chico – os outros nove não foram divulgados pela Petra. A Cisco não revelou detalhes do investimento em Morada Nova de Minas. O poço de Corinto é o quarto a ser perfurado na área do Velho Chico.

Na corrida pelo gás natural de Minas, a Petrobras revelou que pediu à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biogás (ANP) autorização para abrir o terceiro poço de pesquisa no estado. O gerente-executivo de Exploração da estatal, Mário Carminatti, lembrou que depois de constatar “boas indicações de presença de gás” no primeiro poço, perfurado em Brasilândia de Minas, a empresa iniciou a abertura do segundo poço, denominado Amós, no município de João Pinheiro. “Já temos o compromisso com a ANP de perfurar também o terceiro, não necessariamente nesses dois municípios”, declarou Carminatti, sem revelar o local exato da perfuração. Além das três empresas, o consórcio Codemig/Ortemg/Delp/Imetame pesquisa há mais de um ano a ocorrência de gás em Pindaíbas, distrito de Morada Nova de Minas.

A Petra Energia foi criada pelo grupo pernambucano STR, do ramo de mineração, para explorar jazidas de gás e petróleo. A empresa, com 9% de participação da BTG Pactual, venceu a licitação do 7º lote, ocorrida em 2005. Seis anos depois, montou um canteiro de obras de 10 mil metros quadrados. As peças da sonda que vai perfurar a terra foram transportadas em 52 carretas. O investimento da Petra no município, de 24 mil habitantes, reforça os bons ventos que sopram a favor da Bacia do São Francisco.

EXPECTATIVA BOA “A expectativa é muito boa para a economia da cidade. Uma pousada já foi construída e restaurantes estão ampliando o número de funcionários. Tudo acontece muito rápido”, comemora o prefeito, Nilton Ferreira da Silva. “A corrida pelo gás no São Francisco atrairá grandes investimentos, como a (possibilidade de) implantação de duas termelétricas, orçadas em US$ 1,25 bilhão”, acrescenta Gil Pereira, secretário de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e do Norte de Minas (Sedvan).

Pereira se reuniu com diretores da ANP e da Petrobras, anteontem, no Rio de Janeiro. No encontro, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, considerou que são “bastante positivas” as indicações de gás natural da porção mineira da Bacia do São Francisco. Ele não revelou, no entanto, os resultados da prospecção em Brasilândia de Minas. A estatal deverá perfurar nove poços na Bacia do Velho Chico em Minas. A estatal reforçou que, em 2012, o governo federal irá licitar 12 blocos para a exploração do insumo na porção mineira do São Francisco, mas as áreas ainda não foram informadas ao governo do estado.


Fonte: GasNet

sexta-feira, 10 de junho de 2011

As rochas mais velhas da Terra: pistas da história geológica primitiva

A Terra, juntamente com os constituintes do Sistema Solar, formou-se pela aglutinação de poeira cósmica e partículas até do tamanho de asteróides, a partir de uma nebulosa de gás e poeira em lenta rotação.

O estudo de meteoritos - fragmentos de matéria sólida provenientes do espaço - permite estabelecer, com certa precisão, a cronologia dos eventos da evolução primitiva do Sistema Solar. Os meteoritos, cuja composição química e mineralógica é assemelhada a dos corpos do Sistema Solar, possuem idade de 4,6 bilhões de anos (Ga); por extrapolação esta é a idade da própria Terra.

A investigação das rochas mais velhas, da diversidade dos eventos e variação composicional da crosta mostram que a Terra se transforma gradualmente, embora os processos geológicos guardem semelhança com os operantes hoje em dia. Mas, onde estão as rochas sobreviventes da história inicial da Terra?

Além da dinâmica que transforma lentamente o nosso planeta sabemos que sua superfície primitiva, durante os primeiros 600 milhões de anos (Ma), sofreu intenso bombardeio de meteoritos, asteróides e cometas, detritos gerados durante a formação do Sistema Solar. O registro desse bombardeio pode ser visto, por exemplo, na superfície da Lua coberta por enormes crateras, cicatrizes de um passado extremamente violento. A Terra, contudo, sofreu erosão e eventos geológicos sucessivos, o que explica ser extremamente difícil encontrar suas rochas mais primitivas preservadas. Mas o que aconteceu com a Lua naquela fase primitiva, certamente aconteceu com a Terra.

A cronologia precisa dos eventos das etapas precoces da evolução terrestre tem sido fruto do progresso nas técnicas laboratoriais, avanços tecnológicos, combinado com o emprego de métodos de datação baseados no decaimento radioativo, a exemplo do método Urânio/Chumbo (U/Pb) SHRIMP - sensitive high resolution mass spectrometer.

Atualmente podemos obter idades U/Pb muito precisas de cristais diminutos de zircão (ZrSiO2), um mineral freqüentemente encontrado em rochas ígneas, metamórficas e sedimentares. O zircão é utilizado por ser extremamente resistente a altas pressões e temperaturas e, pelo fato de seu sistema cristalino possuir uma alta temperatura de bloqueio (800°C), retém com maior eficiência que outros minerais tanto os elementos-pai (Urânio) como os elementos-filho (Chumbo). Por isso os zircões comumente guardam evidências da idade de cristalização da rocha ígnea original, mesmo que tenham ocorrido transformações posteriores no mineral.

A datação dos zircões com idade superior a 2,5 Ga (Eon Arqueano) documenta não só os processos e produtos da diferenciação química precoce da Terra, mas também permite inferências sobre a natureza e composição da crosta primitiva. Portanto, ao investigarmos as rochas arqueanas estaremos melhor compreendendo a história mais remota do planeta, incluindo processos sedimentares e vulcânicos iniciais, a hidrosfera precoce e a própria emergência da vida.

As rochas arqueanas constituem, em geral, complexos gnáissicos de médio a alto grau metamórfico em que predominam ortognaisses graníticos a dioríticos. Subordinadamente ocorrem rochas básicas, ultramáficas e metassedimentares, as primeiras proporcionando uma visão direta do manto terrestre mais primitivo, a partir de suas características geoquímicas e isotópicas, bem como da magnitude dos eventos de vulcanismo máfico.

Já os metassedimentos, particularmente os bifs (formações ferríferas bandadas) e cherts, trazem informações importantes quanto à história precoce da hidrosfera, ambientes superficiais iniciais, incluindo processos sedimentares e a emergência da vida. Rochas com idades superiores a 3,7-3,8 Ga são conhecidas em pouquíssimas localidades, como, por exemplo na África do Sul, Índia, Rússia, China, Antártica, Groenlândia, Canadá e norte dos EUA. No Brasil, as ocorrências das rochas mais antigas, com idades da ordem de 3,40-3,45 Ga, situam-se na Bahia e Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

Texto Por: Prof. Dr. Wilson Teixeira
Colaboração: Fairchild, T.R. & Albuquerque, P.R.F.

Fonte: IGC-USP

quinta-feira, 9 de junho de 2011

CPRM lança livros sobre geodiversidade



O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) disponibilizou livros, mapas e SIG sobre a geodiversidade dos estados do Amazonas, Piauí, Bahia, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio Grande do Sul. As informações técnicas produzidas pelos levantamentos da Geodiversidade Estaduais – na forma de mapa e texto explicativo – estão disponíveis no portal da CPRM para pesquisa e download.

Os produtos lançados foram desenvolvidos a partir de levantamento da geodiversidade do território brasileiro e áreas de fronteiras, com a finalidade de contribuir para o planejamento regional do uso do território, através das informações do meio físico contemplando as dimensões social, ambiental e econômica.

Para obter as informações e fazer downloads acesse aqui. Os mapas em formato impresso e digital (DVD-ROM) estão disponíveis nas bibliotecas da CPRM para acesso ao público em geral.

Fonte: CPRM

terça-feira, 7 de junho de 2011

Como o petróleo é extraído do fundo do mar?


O processo de extração de petróleo varia muito, de acordo com a profundidade em que o óleo se encontra. Ele pode estar nas primeiras camadas do solo ou até milhares de metros abaixo do nível do mar. É o caso das megarreservas descobertas na bacia de Santos nos últimos meses. O campo de Tupi, anunciado em outubro do ano passado, pode acrescentar até 8 bilhões de barris de petróleo aos 12 bilhões da nossa reserva atual. Já o campo Pão de Açúcar, descoberto em 2008 e ainda visto como uma incógnita por especialistas, seria, segundo o que se comentou até agora, o terceiro maior campo do mundo, o que colocaria o Brasil entre os maiores produtores do planeta. Mas não será fácil extrair esse óleo todo. Primeiro, porque esses campos estão a 300 quilômetros da costa - o que dificulta o transporte, quando a produção estiver a todo vapor - e, segundo, a razão principal: o ouro negro está encravado entre rochas situadas 7 mil metros abaixo do nível do mar e, o que é pior, sob uma camada de 2 mil metros de sal. A exploração desse tipo de campo não é uma novidade só para o Brasil. Muito dinheiro terá que ser investido para fazer o petróleo da bacia de Santos vir à tona. Entenda por que nas explicações abaixo. B)
PRODUTO INTERNO BRUTO
Com a tecnologia atual, no máximo 30% do petróleo e do gás natural de Tupi serão extraídos
1) Antes de qualquer coisa, é preciso descobrir onde está o petróleo. Para isso, existe a sísmica. Um navio percorre milhares de quilômetros rebocando cilindros com ar comprimido e dispara rajadas de tempos em tempos. É como uma explosão, que gera ondas sonoras que batem no solo e voltam
2) Os hidrofones, rebocados pelo navio, recebem as ondas sonoras e as decodificam, transformando-as em imagens. São representações das camadas do solo. Através delas os especialistas descobrem se há petróleo incrustado entre as rochas e, se houver, onde está. Aí perfuram o poço para tentar chegar ali
3) perfuração começa com a instalação do BOP no poço. É um conjunto de válvulas para controlar a pressão da perfuração e impedir que o óleo vaze. Quando a perfuração termina, o BOP é trocado por uma estrutura parecida com uma árvore de natal, que controla a extração
4) No início da perfuração são usadas brocas largas, com cerca de 20 polegadas (50 cm) de diâmetro. Elas são feitas de aço e, na ponta, têm pedacinhos de diamante, o minério mais duro que existe. Durante a perfuração elas são resfriadas por uma lama especial, que, além de lubrificar, leva pedaços de rocha para a superfície, onde são analisados
5) As perfurações são interrompidas para troca de brocas ou injeção de cimento, que reveste o duto, sustentando as paredes do poço. Isso é feito assim: o cimento desce pelo tubo por onde passa a broca e sobe pelos vãos laterais, formando a parede. Em seguida, uma broca menor continua a perfuração
6) O petróleo de Tupi está em uma camada geológica acumulada antes do sal: o pré-sal. Para chegar lá, o desafio é atravessar a espessa camada de sal pastoso, que se movimenta e pode até tapar os poços. A saída é fazer uma perfuração horizontal. Assim, evita-se furar vários poços verticais para explorar todo o pré-sal, que tem "só" 120 m de espessura
7) Quando se alcança o óleo, um minicanhão é usado para provocar uma explosão entre as rochas. Em seguida, gases ou líquidos são injetados para abrir as fissuras formadas. É por essas fissuras que o petróleo e o gás natural chegam ao poço. A partir daí, eles sobem graças à pressão do reservatório natural
8) Para minimizar a diferença de temperatura entre o petróleo que sobe (63 ºC) e a água do oceano (2 ºC), o tubo flexível que liga o poço até a plataforma de produção tem revestimento térmico e temperatura controlada por fios elétricos e fibra óptica. Tudo isso para evitar que surjam coágulos, capazes de entupir a tubulação
9) Antes de chegar ao continente, o petróleo de Tupi - mais leve e valioso do que o explorado atualmente no Brasil - será processado e armazenado em naviosplataforma. Se a construção de oleodutos ligando essas embarcações ao continente ficar cara demais, é provável que o transporte seja feito com navios mesmo.
Fonte: Mundo Estranho

quinta-feira, 2 de junho de 2011