A restinga é uma planície
arenosa costeira, de origem marinha, incluindo a praia, cordões arenosos,
depressões entre-cordões, dunas e margem de lagunas, com vegetação adaptada às
condições ambientais”
Vegetação de Restinga
Sobre a restinga é possível se
encontrar a vegetação de restinga, que é um conjunto das comunidades vegetais,
fisionomicamente distintas, sob influência marinha e fluvio-marinha, que
ocorrem distribuídas em mosaico e em áreas de grande diversidade ecológica,
sendo consideradas comunidades edáficas, por dependerem mais da natureza do
substrato que do clima. A cobertura vegetal nas restingas pode ser encontrada
em praias e dunas, sobre cordões arenosos, e associadas a depressões. Na
restinga os estágios sucessionais diferem das formações ombrófilas e estacionais,
ocorrendo notadamente de forma mais lenta, em função do substrato que não
favorece o estabelecimento inicial da vegetação, principalmente por dissecação
e ausência de nutrientes. O corte da vegetação ocasiona uma reposição lenta,
geralmente de porte e diversidade menores, onde algumas espécies passam a
predominar. Os diferentes tipos de vegetação ocorrentes nas restingas
brasileiras variam desde formações herbáceas, passando por formações
arbustivas, abertas ou fechadas, chegando a florestas cujo dossel varia em
altura, geralmente não ultrapassando os 20m. São em geral caracterizada por
comunidade com pouca riqueza, quando comparada a outras comunidades vegetais,
sendo protegidas por lei devido à sua fragilidade.
Perfil Esquemático da Restinga |
Zonas Úmidas
Em muitas áreas de restinga no
Brasil, especialmente no sul e sudeste, ocorrem períodos mais ou menos
prolongados de inundação do solo, fator que tem grande influência na
distribuição de algumas formações vegetacionais. A periodicidade com que ocorre
o encharcamento e a sua respectiva duração são decorrentes principalmente da
topografia do terreno, da profundidade do lençol freático e da
proximidade de corpos d’água (rios ou lagoas), produzindo em muitos casos um
mosaico de formações inundáveis e não inundáveis, com fisionomias variadas, o
que até certo ponto justifica o nome de “complexo” que é empregado para
designar as restingas.
Formações Herbáceas
As formações herbáceas ocorrem
principalmente nas faixas de praia e ante-dunas, em locais que eventualmente
podem ser atingidos pelas marés mais altas, ou então em depressões alagáveis.
Nas zonas de praia, dunas frontais e dunas mais próximas ao mar,
predominam espécies herbáceas, em alguns casos com pequenos arbustos e árvores,
que ocorrem tanto de forma isolada e pouco expressiva, como formando
agrupamentos mais densos, com variações nas suas respectivas fisionomias,
composições e graus de cobertura. A vegetação das praias e dunas tem
ocorrência praticamente ao longo de toda a costa brasileira, mas a sua exata
circunscrição e os termos empregados para designá-la variam muito. As pressões
antrópicas no sentido de ocupação e urbanização da zona costeira já suprimiram
muitas áreas representativas desta formação em vários pontos no litoral
brasileiro.
Vegetação de praia e
dunas frontais
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Formações Arbustivas
As formações arbustivas das
planícies litorâneas, que para muitos autores constituem a restinga
propriamente dita são os tipos vegetacionais que mais chamam a atenção no
litoral brasileiro, tanto pelo seu aspecto peculiar, com fisionomia variando
desde densos emaranhados de arbustos junto a trepadeiras, bromélias terrícolas
e cactáceas, até moitas com extensão e altura variáveis, intercaladas por
áreas abertas que em muitas locais expõem diretamente a areia, principal
constituinte do substrato nestas formações. Os termos “scrub” , “thicket”,
“escrube” e “fruticeto” já foram empregados para designar comunidades e/ou
formações desta natureza, notadamente na região litorânea.
Vegetação herbácea e
arbustiva esparsa (aberta) sobre campo de dunas
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Formações Florestais
As formações florestais que
ocorrem na planície litorânea brasileira variam bastante ao longo da costa,
sendo essas variações geralmente atribuídas às influências das formações
vegetacionais adjacentes e às características do substrato, principalmente sua
origem, composição e condições de drenagem. Estas florestas variam desde
formações com altura do estrato superior a partir de 5m, em geral livres de
inundações periódicas decorrentes da ascenção do lençol freático durante os
períodos mais chuvosos, até formações mais desenvolvidas, com alturas em torno
de 15-20m, muitas vezes associadas a solos hidromórficos e/ou orgânicos. Estes
dois tipos de florestas em geral acompanham as variações topográficas
decorrentes da justaposição dos cordões litorâneos, ao menos onde tais feições
são bem definidas. Em locais situados mais para o interior da planície
costeira, geralmente em terrenos mais deprimidos onde tais alinhamentos não são
claramente definidos e os solos são saturados hidricamente e têm uma espessa
camada orgânica superficial, ocorrem florestas mais desenvolvidas semelhantes
florística e estruturalmente àquelas situadas nas depressões entre os cordões.
Vegetação
arbustiva-arbórea densa
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Fauna de Restinga
A fauna ocorrente nas restingas
brasileiras está relativamente menos estudada quando comparada com os
conhecimentos que já acumulam-se sobre a composição e estrutura dos seus
diferentes tipos vegetacionais. Dentre os estudo tratando de grupos de
animais invertebrados, podem ser mencionados os realizados com os artrópodos,
notadamente com diferentes grupos de insetos, estes constituindo a maioria dos
relatos encontrados. A fauna de vertebrados ocorrente nas restingas brasileiras
também é relativamente pouco pesquisada, com destaque para os trabalhos
realizados no litoral do Rio de Janeiro, principalmente com pequenos mamíferos
e répteis.
Texto por Raissa Campos
( http://www.zonacosteira.bio.ufba.br/vrestinga.html)
(
Referências Bibliográficas:
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 303, DE 20 DE
MARÇO DE 2002
DIAGNÓSTICO DAS RESTINGAS NO
BRASIL - SANDRO MENEZES SILVA