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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Metal raro encontrado na Bahia

Tálio, Metal raro é descoberto na Bahia


No último dia 8 foi anunciada, na Superintendência do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) da Bahia, a descoberta da única jazida conhecida de Tálio, um metal extremamente raro, estratégico e de alto valor, hoje somente produzido na China e no Cazaquistão. A descoberta foi feita pela empresa Itaoeste Serviços e Participações.

A jazida está localizada no território baiano e constitui a única ocorrência mundial conhecida de associação Manganês, Cobalto e Tálio, em ambiente geológico continental, onde se pode considerar o Tálio como o elemento de maior interesse econômico. Segundo a Itaoeste, a reserva de apenas uma das áreas pesquisadas pela empresa seria suficiente para abastecer todo o consumo mundial, hoje estimado em 10 toneladas anuais, pelo período de seis anos. Além dessa, a Itaoeste detém mais 23 áreas na extensão da jazida.

O Tálio é um metal aplicado em soluções de alta tecnologia, de utilização estratégica nas áreas de saúde e energia, por exemplo. O mesmo é utilizado como contraste em exames cardiológicos por imagem, como elemento supercondutor na transmissão de energia e como material termoelétrico, já que tem capacidade de transformar calor desperdiçado em eletricidade aproveitável.

Esta Jazida permitirá que se produza na Bahia, este raro metal, de imensas possibilidades de aplicações tecnológicas High Tech (Alta Tecnologia), atraindo para o Brasil mais investimentos, e multiplicação de oportunidades de negócios derivados dessa nova produção metálica.

Fonte: InfoMineBrasil


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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Exploração de cavernas de cristais a 300 m de profundidade

Existem alguns lugares na Terra que apresentam características tão severas que sua exploração exige cuidados tão grandes quanto os passeios espaciais. Alguns locais são tão profundos que a sensação térmica ultrapassa 100 graus Celsius e para atingi-los é necessário descer a mais de 300 metros abaixo da terra. Um desses locais são as Cavernas dos Cristais Gigantes, exploradas apenas pelos terranautas.

As Cavernas se localizam próximo à cidade de Naica, no México e foram descobertas acidentalmente no ano 2000 por mineradores que trabalhavam na extração de prata da região. Em seu interior se encontram os maiores blocos de cristais existentes no mundo, alguns com mais de 11 metros de comprimento e 55 toneladas de peso.

As Cavernas se encontram a mais de 300 metros de profundidade e para chegar até lá são necessários uniformes especiais, capazes de suportar o intenso calor. Ali, a temperatura do ar é maior que 55 graus Celsius e a umidade ultrapassa 90%, fazendo a sensação térmica ultrapassar a temperatura da água em ebulição. As Cavernas dos Cristais Gigantes são um dos locais mais extremos do planeta.

MagmaO intenso calor no interior da caverna é produzido pela proximidade de uma câmara de magma incandescente localizada alguns quilômetros abaixo do local. Entrar ali sem uma proteção especial pode ser fatal em menos de 15 minutos, o que torna obrigatório o uso de trajes similares aos usados pelos astronautas. Mesmo com a proteção térmica, o terranautas - como são chamados os exploradores - só podem permanecer no interior da caverna por no máximo 45 minutos. "Não estamos no espaço exterior, mas no espaço interior", disse o explorador George Kourounis, que participou da expedição às Cavernas dos Cristais Gigantes entre 3 e 6 de setembro de 2009.

ExploradoresKourounis é um dos mais ativos exploradores científicos do mundo e seus trabalhos são amplamente veiculados em canais especializados como Discovery Channel, National Geographic, BBC, entre outros. O explorador também conhecido como "Caçador de Tempestades", por organizar expedições em busca de tornados. "Para sobreviver nas cavernas tivemos que levar equipamento extra de refrigeração dentro de uma mochila", disse Kourounis. "Até os equipamentos eletrônicos precisaram ser aclimatados para funcionarem adequadamente. É um lugar realmente extremo, mas a beleza é incomparável", disse o explorador.

Cristais
Os cristais do interior das cavernas são formados de selenita, uma espécie de gesso cristalizado amplamente usado na fabricação do vidro ou como aditivo para solos pobres. Algumas peças cresceram ali durante meio milhão de anos, em uma solução de água quente saturada de minerais e durante todo esse tempo a temperatura da água permaneceu praticamente constante, aquecida pela câmara vulcânica abaixo das cavernas.

Fonte: Jornal de Brasilia



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domingo, 6 de fevereiro de 2011

ENCICLOPÉDIA DA TERRA

A Revista Isto é está lançando junto com suas edições uma Enciclopédia Ilustrada da Terra.
Quem ainda não viu,vale a pena ir na banca mais próxima dá uma conferida.
Já está no 4º fascículo.

A coleção completa conta com 18 fascículos, totalizando 520 páginas de informação geológica recheadas de fotografias, infográficos e ilustrações. Produzida com coordenação do Smithsonian Instituiton, a maior instituição de pesquisa do mundo, responsável por 19 museus e 9 centros históricos.




Mais Informações http://terra.istoe.com.br/

Estudo revela maior reservatório de água do mundo

Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) desenvolveram um estudo preliminar que forneceu indicações de que o Aquífero Alter do Chão será o maior depósito subterrâneo de água potável do mundo. Com cerca de 86.000 Km3, o manancial está localizado no subsolo dos estados do Amazonas, Pará e Amapá e teria volume suficiente para abastecer toda a população do mundo por, pelo menos, 300 anos.

A descoberta desse extraordinário reservatório foi possível graças a sistematização de dados disponíveis relativos ao Aquífero Alter do Chão. Foram utilizadas informações confiáveis provenientes de perfurações realizadas pela Petrobras, entre outras, oriundas de perfurações diversas feitas no Pará e Amazonas por profissionais da área. "Fizemos cálculos perliminares das reservas do aquífero, utilizando dados de minha tese de doutourado,principalmente parâmetros técnicos de reservas de águas subterrâneas, associados aos tipos de rochas do aquífero, como coeficientes de porosidade, permeabilidade, entre outros", esclarece o
geólogo Milton Matta, responsável por coordenar a pesquisa.

O Aquífero Alter do Chão é conhecido desde 1960, entretanto nunca foram realizados estudos para determinar a capacidade de reserva de água desse manancial. Somente no ano passado, com pesquisa desenvolvida por professores da UFPA e UFC, foi feito um balanço hidrico das águas da Amazônia, onde se concluiu que havia um excesso de água que seria exportada para outras regiões do país. Foi nesse momento que esse grupo de pesquisadores sistematizou todos os dados existentes sobre o aquifero chegando aos números divulgados.

Porém ainda não é possível fazer comparações técnicas com o Aquífero Guarani, considerado até então como o maior do mundo com 45.000 Km3 de água. Segundo Milton Matta, ainda não se dispõe de dados suficientes sobre o Alter do Chão. "O Guarani é muito bem estudado, pois tem recebido muita verba para pesquisas", comenta.

A fase seguinte do estudo ainda não conta com nenhum apoio de entidades públicas ou privadas. A ANA Agencia Nacional de Águas) divulgou que pretende fazer uma licitação internacional para estudar o aquífero. Para Milton Matta a notícia não é agradável, pois o aquífero de encontra em solo brasileiro, onde existem pesquisadores de alto nível comprometidos com a pesquisa disoensando a presença estrangeira. "Nosso domínio, conhecimento e competência são reconhecidos internacionalmente", ressalta.

Objetivo
Elaborar um projeto para captar financiamento dos agentes nacionais e internacionais, afim de que os estudos possam ser concluídos e, consequentemente, para que tenha um modelo de uso e proteção desse aquífero. A captação desse recurso envolve dois passos: uma etapa de sistematização de todo o material disponível, tabulações, análise de confiabilidade e interpretação desses dados; e uma etapa mais longa que exigiria um conjunto de ações metodológicas, envolvendo trabalhos de campo, obtenção de dados primários, levantamentos geofísicos, geológicos e hidrogeológicos.

Custo
"Atualmente pleiteamos somente US$ 5 milhões para estudar detalhes do Alter do Chão, que segundo dados iniciais deve ter o dobro da quantidade de água do Guarani, e representa um potencial estratégico dos recursos hídricos para a Amazônia e para todo o planeta", conta Milton Matta.

Geofísica
A geofísica terá um papel fundamental na segunda fase de estudos. De acordo com o geólogo Milton Matta, a UFPA possui um grupo forte em geofísica com o conhecimento necessário do métodos que deverão ser amplamente utilizados na continuidade da pesquisa. "Os principais métodos são os elétricos e gravimétricos. Precisamos determinar a espessura das rochas arenosas do aquifero e outras informações de natureza geométrica. A geofísica será utilizada para a determinação das dimensões do sistema aquifero Alter do Chão, suas potenciais de contaminação, entre outras informações úteis ao estabelecimento das reservas e ao modelode utilização dessas águas", explica.


Fonte: Boletim SBGf, número 4, 2010