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sábado, 5 de novembro de 2016

RESTINGAS - o que são?

A restinga é uma planície arenosa costeira, de origem marinha, incluindo a praia, cordões arenosos, depressões entre-cordões, dunas e margem de lagunas, com vegetação adaptada às condições ambientais”

Vegetação de Restinga
Sobre a restinga é possível se encontrar a vegetação de restinga, que é um conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência marinha e fluvio-marinha, que ocorrem distribuídas em mosaico e em áreas de grande diversidade ecológica, sendo consideradas comunidades edáficas, por dependerem mais da natureza do substrato que do clima. A cobertura vegetal nas restingas pode ser encontrada em praias e dunas, sobre cordões arenosos, e associadas a depressões. Na restinga os estágios sucessionais diferem das formações ombrófilas e estacionais, ocorrendo notadamente de forma mais lenta, em função do substrato que não favorece o estabelecimento inicial da vegetação, principalmente por dissecação e ausência de nutrientes. O corte da vegetação ocasiona uma reposição lenta, geralmente de porte e diversidade menores, onde algumas espécies passam a predominar. Os diferentes tipos de vegetação ocorrentes nas restingas brasileiras variam desde formações herbáceas, passando por formações arbustivas, abertas ou fechadas, chegando a florestas cujo dossel varia em altura, geralmente não ultrapassando os 20m. São em geral caracterizada por comunidade com pouca riqueza, quando comparada a outras comunidades vegetais, sendo protegidas por lei devido à sua fragilidade.

Perfil Esquemático da Restinga

Zonas Úmidas

Em muitas áreas de restinga no Brasil, especialmente no sul e sudeste, ocorrem períodos mais ou menos prolongados de inundação do solo, fator que tem grande influência na distribuição de algumas formações vegetacionais. A periodicidade com que ocorre o encharcamento e a sua respectiva duração são decorrentes principalmente da topografia do terreno, da  profundidade do lençol freático e da proximidade de corpos d’água (rios ou lagoas), produzindo em muitos casos um mosaico de formações inundáveis e não inundáveis, com fisionomias variadas, o que até certo ponto justifica o nome de “complexo” que é empregado para designar as restingas.

Formações Herbáceas
As formações herbáceas ocorrem principalmente nas faixas de praia e ante-dunas, em locais que eventualmente podem ser atingidos pelas marés mais altas, ou então em depressões alagáveis. Nas zonas de praia, dunas frontais e dunas  mais próximas ao mar, predominam espécies herbáceas, em alguns casos com pequenos arbustos e árvores, que ocorrem tanto de forma isolada e pouco expressiva, como formando agrupamentos mais densos, com variações nas suas respectivas fisionomias, composições e graus de cobertura.  A vegetação das praias e dunas tem ocorrência praticamente ao longo de toda a costa brasileira, mas a sua exata circunscrição e os termos empregados para designá-la variam muito. As pressões antrópicas no sentido de ocupação e urbanização da zona costeira já suprimiram muitas áreas representativas desta formação em vários pontos no litoral brasileiro.

Vegetação de praia e dunas frontais


Formações Arbustivas
As formações arbustivas das planícies litorâneas, que para muitos autores constituem a restinga propriamente dita são os tipos vegetacionais que mais chamam a atenção no litoral brasileiro, tanto pelo seu aspecto peculiar, com fisionomia variando desde densos emaranhados de arbustos junto a trepadeiras, bromélias terrícolas e cactáceas, até  moitas com extensão e altura variáveis, intercaladas por áreas abertas que  em muitas locais expõem diretamente a areia, principal constituinte do substrato nestas formações. Os termos “scrub” , “thicket”, “escrube” e “fruticeto” já foram empregados para designar comunidades e/ou formações desta natureza, notadamente na região litorânea.

Vegetação herbácea e arbustiva esparsa (aberta) sobre campo de dunas
Formações Florestais
As formações florestais que ocorrem na planície litorânea brasileira variam bastante ao longo da costa, sendo essas variações geralmente atribuídas às influências das formações vegetacionais adjacentes e às características do substrato, principalmente sua origem, composição e condições de drenagem. Estas florestas variam desde formações com altura do estrato superior a partir de 5m, em geral livres de inundações periódicas decorrentes da ascenção do lençol freático durante os períodos mais chuvosos, até formações mais desenvolvidas, com alturas em torno de 15-20m, muitas vezes associadas a solos hidromórficos e/ou orgânicos. Estes dois tipos de florestas em geral acompanham as variações topográficas decorrentes da justaposição dos cordões litorâneos, ao menos onde tais feições são bem definidas. Em locais situados mais para o interior da planície costeira, geralmente em terrenos mais deprimidos onde tais alinhamentos não são claramente definidos e os solos são saturados hidricamente e têm uma espessa camada orgânica superficial, ocorrem florestas mais desenvolvidas semelhantes florística e estruturalmente àquelas situadas nas depressões entre os cordões.

Vegetação arbustiva-arbórea densa
Fauna de Restinga
A fauna ocorrente nas restingas brasileiras está relativamente menos estudada quando comparada com os conhecimentos que já  acumulam-se sobre a composição e estrutura dos seus diferentes tipos vegetacionais. Dentre os estudo tratando de grupos  de animais invertebrados, podem ser mencionados os realizados com os artrópodos, notadamente com diferentes grupos de insetos, estes constituindo a maioria dos relatos encontrados. A fauna de vertebrados ocorrente nas restingas brasileiras também é relativamente pouco pesquisada, com destaque para os trabalhos  realizados no litoral do Rio de Janeiro, principalmente com pequenos mamíferos e répteis.

Texto por Raissa Campos
(http://www.zonacosteira.bio.ufba.br/vrestinga.html)
Referências Bibliográficas:
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 303, DE 20 DE MARÇO DE 2002
DIAGNÓSTICO DAS RESTINGAS NO BRASIL - SANDRO MENEZES SILVA

sábado, 4 de junho de 2016

48º CBG - De olho nas datas!

Início da submissão de resumos: 
01 de janeiro de 2016

Término da submissão de resumos: 
30 de maio de 2016

Comunicado dos resultados da avaliação: 
21 de junho de 2016

Data-limite para inscrição de autores: 
14 de agosto de 2016

Data-limite para inscrição on-line: 
até 18 de setembro de 2016

Realização do evento:
09 a 13 de outubro de 2016
Centro de Eventos FIERGS - Av. Assis Brasil, 8787 Sarandi, Porto Alegre



48º CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA

Mensagem da Comissão Organizadora

O Brasil possui dimensões continentais, com uma imensa riqueza geológica e potencial para realizar novas descobertas a partir de técnicas de pesquisa inovadoras. Existem demandas para melhor conhecer, divulgar e debater a Geologia no país, papel importante que o 48° Congresso Brasileiro de Geologia (48° CBG) pretende preencher ao integrar academia, empresas, profissionais e também a sociedade através da realização de cursos, palestras e discussões.

A geologia desperta um grande interesse da população brasileira quando realiza descobertas de novas jazidas minerais, discute a questão hídrica, as mudanças ambientais, estudos sobre o Sistema Solar e também as soluções geotécnicas para as cidades. Este interesse tem refletido de forma significativa na demanda de novos estudantes em universidades e, consequentemente, no ingresso de profissionais bem preparados para o mercado de trabalho.

Do lado acadêmico, pesquisadores e estudantes de universidades e centros de pesquisa têm participado com contribuições importantes nas discussões dos resultados de suas respectivas pesquisas. Atualmente constata-se uma crescente participação de estudantes, tanto ao nível de graduação quanto no de pós-graduação, mostrando a importância que o CBG tem na formação de recursos humanos. Pelo lado da indústria e da aplicação do conhecimento geológico o Congresso visa a maior aproximação entre a academia e o setor produtivo, público e privado, bem como a mais ampla divulgação da importância das geociências e seus produtos junto à sociedade brasileira.

O 48° CBG oferecerá Conferências, proferidas por renomados pesquisadores que desenvolvem estudos relevantes em temas atualmente debatidos na sociedade brasileira, abordando o que há de atual no conhecimento geológico. As excursões técnicas de campo oferecidas (pós-congresso) serão de relevante destaque, contemplando visitas a áreas que possuem feições geológicas importantes, propiciando atualização e contribuindo no avanço do conhecimento geológico dos participantes.


Cientistas descobrem que adaga de Tutankamon é feita de meteorito


Um interessante estudo finalmente esclarece um dos mistérios da Egiptologia: por que a adaga de Tutankamon tinha lâmina de ferro se os Egípcios não tinham a tecnologia da metalurgia do ferro? 

Esta lâmina tinha, também, uma característica ímpar: ela nunca oxidava. 

Quando o arqueólogo Howard Carter encontrou a múmia de um menino, em 1922, começava uma das mais famosas histórias da Egiptologia: a de Tutankamon. 

Junto com os incríveis tesouros, mais de 5.000 peças, foram encontradas duas adagas (foto). Uma com a lâmina de ouro e a outra com uma lâmina de ferro, muito mais rara pelo fato de que na época ainda não era conhecida a metalurgia do ferro. 



Este fato intrigou os estudiosos por décadas até que em janeiro desse ano um grupo de cientistas italianos liderados por Daniela Comelli, descobriu a origem do ferro da adaga: um meteorito de nome Kharga descoberto no ano 2.000

Os cientistas fizeram um estudo de fluorescência de raio X (XRF) e observaram que a lâmina era na verdade composta por ferro, níquel e cobalto em proporções clássicas de um meteorito ferroso. 

Depois foi só comparar com as análises de meteoritos próximos conhecidos e chegar até o octaedrito Kharga. 

Estava solucionado mais um mistério da antiguidade. 

A composição do meteorito Kharga, com alto teor de níquel (10,8%) é similar à do aço inox que não oxida. 

Acredita-se que o termo ferro tenha sido criado pelos egípcios e hititas para designar o ferro vindo do céu: meteoritos.

Fonte: Portal do geologo

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Hidrogeologia: o escoamento em um aquífero


O conhecimento dos aquíferos, da qualidade e da disponibilidade da água é um dos desafios do século XXI: os aquíferos são explorados ativamente de poços ou captações para fornecer água a uma população sempre crescente.

Os aquíferos
A água subterrânea fica contida em rochas denominadas reservatório. Num reservatório saturado, a água escoa: trata-se do aquífero. A água subterrânea não está totalmente disponível: a água de constituição está aprisionada nas redes cristalinas dos minerais; há também a água retida pelas pressões eletrostáticas da superfície dos minerais (água capilar e água pelicular); a água retida por absorção (água higrostática); e a água livre, a única que pode circular no aquífero (água de percolação).

Água livre e retenção de uma rocha porosa. Retirado do livro “82 Resumos Geológicos”. Ed. Oficina de Textos

O topo do nível freático é chamado de superfície piezométrica: corresponde ao nível da água nos poços (pluvial). O bombeamento da água no aquífero modifica a superfície piezométrica. Os níveis d’água dos aluviões têm relação direta com os cursos de água superficial.

Os níveis d’água superficiais, de fácil acesso, são chamados freáticos. Os depósitos de água contidos em rochas impermeáveis são chamados de aquicludes. Os aquíferos artesianos são confinados e têm a superfície piezométrica acima do solo: a água jorra dos poços artesianos. Os aquíferos renovam-se por infiltração das águas superficiais.

O escoamento em um aquífero

A porosidade é a capacidade de uma rocha para reter determinada quantidade de água. Por fratura ou alteração, rochas pouco porosas no início ganham uma importante porosidade secundária.

A permeabilidade é a propriedade da rocha de se deixar atravessar pela água. Quando um volume de água Q escoa até a uma altura h numa rocha de uma dada seção, a velocidade de escoamento depende da permeabilidade K da rocha aquífera. K é dado pela lei de Darcy: Q = k A h/l, na qual

Q = quantidade de água que atravessa o meio (m3 · s-1);
A é a superfície (m2);
h, a diferença de altura;
l (m), o comprimento percorrido.
A rocha é chamada aquífera quando K > 10 m-4 · s-1.

Cone de depressão durante o bombeamento de um aquífero. Retirado do livro 82 Resumos Geológicos. Ed. Oficina de Textos.


Esquema dos aquíferos livres e confinados. Retirado do livro 82 Resumos Geológicos. Ed. Oficina de Textos.


As rochas mais permeáveis são rochas não consolidadas, não cimentadas, como as areias, os conglomerados. As águas escoam no aquífero por gravidade. O aquífero é definido pelas curvas de nível (interseção de um plano horizontal com os limites do aquífero), e a direção de escoamento é perpendicular às curvas de nível.

Esta matéria foi retirado do livro 82 Resumos geológicos. A obra explica de forma didática e ilustrada os principais conceitos da Geologia além de incluir problemas e questões de múltipla escolha para consolidar os conceitos apresentados, mapas e gráficos didáticos e palavras-chaves sobre cada tema apresentado.
Fonte: Comunitexto